10.6.13

HENRI MICHAUX


PEQUENO

Quando me virem,
Passem ao largo,
Não sou eu.

Nos grãos de areia,
Nos grãos dos grãos,
Na farinha invisível do ar,
Num grande vácuo que se alimenta de sangue,
Aí é que eu vivo.

Oh! não tenho de que me envaidecer: Pequeno! Pequeno!
E se me apanhassem,
Fariam de mim o que quisessem.



 

 (de As Minhas Propriedades, trad. de José Carlos González, Fenda, 1999)

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