TIAGO PATRÍCIO
OS FALCÕES PEREGRINOS DO ANTIGO TERRITÓRIO DE NOVA YORK
O chefe índio Dois Pássaros baloiçava as tardes
com a mescalina oferecida pelos Falcões Peregrinos
siameses pela cauda como duas visões do mundo
Um era verde e o outro azul como espinhos
O azul cuspia fogo numa planície da altura das monções
engordava como um dragão a sufocar a terra
e enrolava restos de gente pelo vale estéril
O verde corria pelo golfo à hora de maior calor
deslocava os rios como mulheres nubladas
e quando descia à pátria deixava um hálito fundo
com o lamento de um retornado
O chefe índio perguntou
até onde durava a violência
e quando poderiam voltar àquela terra
E eles disseram coisas indistintas e
falaram do ar pesado durante muito tempo
com as asas um do outro até acabar a mescalina
e começar outra forma de aturdimento
(de O Livro das Aves, Quasi edições, 2009)
OS FALCÕES PEREGRINOS DO ANTIGO TERRITÓRIO DE NOVA YORK
O chefe índio Dois Pássaros baloiçava as tardes
com a mescalina oferecida pelos Falcões Peregrinos
siameses pela cauda como duas visões do mundo
Um era verde e o outro azul como espinhos
O azul cuspia fogo numa planície da altura das monções
engordava como um dragão a sufocar a terra
e enrolava restos de gente pelo vale estéril
O verde corria pelo golfo à hora de maior calor
deslocava os rios como mulheres nubladas
e quando descia à pátria deixava um hálito fundo
com o lamento de um retornado
O chefe índio perguntou
até onde durava a violência
e quando poderiam voltar àquela terra
E eles disseram coisas indistintas e
falaram do ar pesado durante muito tempo
com as asas um do outro até acabar a mescalina
e começar outra forma de aturdimento
(de O Livro das Aves, Quasi edições, 2009)
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