29.11.13

JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA


CADERNO

Tudo o que fizemos e dissemos e amámos — ou
talvez nem isso —
cabe num mísero caderno onde o esplendor não
lança os seus raios.
De mais ou menos palavras se faz o tempo de
semear,
mas nenhuma colheita retomará o calor do feno,
nada que se possa tocar com a alegria dos dedos,
nada de inocente e sagrado
que nos deixe adormecer sobre o linho.



(de Agora e na Hora da Nossa Morte, Assírio Alvim, 1998)

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