DANIEL FILIPE
CROMO
Esta janela dá
para coisa nenhuma
Não é janela, é vago
orifício na bruma.
Orifício por onde
se alicerça de espuma
a líquida vereda
que vai a parte alguma.
E onde aflora a paisagem
certa-voz matutina,
que se quebra de espanto
feita coisa, dor fina.
E como dor resvala
e, dócil, se insinua
entre a camisa leve
e a pele do Poeta, nua.
(de Pátria, Lugar de Exílio, 1963)
CROMO
Esta janela dá
para coisa nenhuma
Não é janela, é vago
orifício na bruma.
Orifício por onde
se alicerça de espuma
a líquida vereda
que vai a parte alguma.
E onde aflora a paisagem
certa-voz matutina,
que se quebra de espanto
feita coisa, dor fina.
E como dor resvala
e, dócil, se insinua
entre a camisa leve
e a pele do Poeta, nua.
(de Pátria, Lugar de Exílio, 1963)
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