14.8.03

FERNANDO SYLVAN

Nasceu em Dili, Timor-Leste, em 1917.
Veio para Portugal aos 6 anos. A sua vida ficou marcada pela constante luta pela liberdade e dignidade dos povos, tendo sido participante de inúmeros encontros e signatário de várias petições e protestos. Foi desde 1975 até à morte presidente da Sociedade de Língua Portuguesa.
Morreu na véspera de Natal de 1993.



IN MEMORIAM

O Dia chegou
mas
quantos
não chegaram ao Dia

(in Boca do Inferno nº 5 - Maio de 2000)



lisboa dia da raça junho de 72

CORRIGENDA

Nenhum povo é grande por ter apenas fastos a contar,

Mas pelas liberdades que soube viver
E pelo amor que tiver para dar



junho 72

POEMA HORRÍVEL

- Posso falar?
- Não!

(de Tempo Teimoso, edição do Autor 1974)


HISTÓRIA PARA AS CRIANÇAS PORTUGUESAS

Era uma vez
um país que nunca mais o era...
E estava à vossa espera.

E está.

(de Meninas e Meninos, edição do Autor, 1979)


MANIFESTO MAUBERE

A cultura é a memória
de um povo que não morre!

A acção é a história
de um povo que não morre!

Ouviram?
Ouviram bem?

A vida é a liberdade
de um povo que não morre!

A independência é a vontade
de um povo que não morre!

Ouviram?
Ouviram bem?

A justiça é a oferta
de um povo que não morre!

A luta é a descoberta
de um povo que não morre!

Ouviram?
Ouviram bem?

(de Cantogrito Maubere, edição do Autor, 1981)

Sem comentários: