22.3.04

JEJUM SECRETO

Não hei de mostrar a túnica branca
enquanto o inverno não se sujeitar
ao verde que renasce do cansaço
e da morte faz o vento que respira.
Não voltarei a sentir os abraços
até à vinda da alegria inteira
cheia do riso que liberta a fome
e sangra da prisão os cativos.
Vou a pé enquanto durar a noite:
recuso o lucro fácil das acções.

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