GUILHERME d'OLIVEIRA MARTINS
(...) O "melhor dos mundos possíveis" de Leibnitz obriga a procurar entender a dialéctica entre a possibilidade e a utopia. Não se trata de nos acomodarmos ou de nos conformarmos com uma ordem imperfeita ou desumana, mas de partirmos das condições concretas para podermos ultrapassar as meras boas intenções de que o inferno está cheio. Temos de encontrar causas mobilizadoras capazes de nos levarem à superação da indiferença e da acomodação, do egoísmo e do conformismo. Mas, como afirmava Hans Urs von Balthasar: "não é o saber absoluto, mas o amor absoluto que engloba os adversários". A compreensão mútua exige, assim, um suplemento de alma, um sentido crítico e a capacidade de entender as fronteiras sociais e humanas como pontos de encontro e de enriquecimento comum.
(excerto do artigo A cidadania como serviço, publicado no Jornal de Letras de 31 de Março de 2004)
Ladainha dos póstumos Natais
Há 1 hora
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