1.4.04

LUCIANO
(125-190)

Já que não tinha nada de verídico para narrar..., virei-me para a mentira, mas uma mentira mais desculpável do que a daqueles [os autores de ficção], porquanto numa coisa serei eu verdadeiro: ao confessar que minto. Desta forma, isto é, declarando que não digo nem um pingo de verdade, creio ficar absolvido da acusação que porventura me façam. Escrevo, pois, sobre coisas que não testemunhei nem experimentei, e que não soube da boca doutrem; mais ainda: que não existem em absoluto e que, de qualquer forma, não são susceptíveis de ocorrer. Portanto não deve o leitor dar o mínimo crédito às minhas histórias.

(do Prólogo de Uma História Verídica, prefácio, tradução e notas de Custódio Magueijo, editorial Inquérito, s/d - edição bilíngue)

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