16.11.05

[da Alegria]

ANTÓNIO CÂNDIDO FRANCO

MANHÃ ETERNA


Terra, mas terra extensa, de longes baços
terra de além
que se alonga e se despedaça em ondas
mas ondas de verdura
nos horizontes.
Terra sem fim, a desfazer-se em fumos.
Além que se desfaz em odores
e em névoas.
Terra, mas terra forte e luminosa
capaz de germinar no seio astros.
Planície que se evapora na altura
enxuta em sol.
Terra de corredores internos
subterrâneos cheios de luz.
Ouro potável, castanho e solar.
Searas extensas como céus.
Grãos luminosos e ardentes, sementes
que se espalham pela terra como cometas.
Terra celeste, flor astral
onde a noite acorda pelo Abril do dia.
Terra de luz, cheia de ouro
que estremece como uma estrela.

(de Estrela Subterrânea, Limiar, 1993 - colecção Os Olhos e a Memória)

Sem comentários: