BORIS VIAN
QUERO UMA VIDA EM FORMA DE ESPINHA
Quero uma vida em forma de espinha
Num prato azul
Quero uma vida em forma de coisa
No fundo dum sítio sozinho
Quero uma vida em forma de areia nas minhas mãos
Em forma de pão verde ou de cântara
Em forma de sapata mole
Em forma de tanglomanglo
De limpa-chaminés ou de lilás
De terra cheia de calhaus
De cabeleireiro selvagem ou de édredon louco
Quero uma vida em forma de ti
E tenho-a mas ainda não é bastante
Eu nunca estou contente
(in Canções e poemas, tradução de Irene Freire Nunes e Fernando Cabral Martins, Assírio & Alvim, 1997 - Rei Lagarto)
Ladainha dos póstumos Natais
Há 1 hora
1 comentário:
Adoro esse poema.
E outros que tenho lido neste blogue, também...
Mas agora tinha mesmo que me manifestar!
Saudações (poéticas, claro)!
António Vitorino
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