[morreu no sábado passado – ver notícia aqui]
TOMÁS JORGE
PETRÓLEO
Afinal aqueles imbondeiros
Paquidermes de raízes e flores
Soldados fantasmas
Eram os guardas verdadeiros
Permanentes e firmes
Aos ventos e aos calores
Por sobre um tesouro milenário.
Guardaram com os seus braços levantados
E seus corpos dilatados
Ocupando
Todo o areal enorme
Imenso
Como fantoches disfarçados
Afugentando os homens
Com os seus corpos feios
Blindados de chumbo.
Afinal aqueles imbondeiros
São os guardas que foram vencidos
Todos
Quase todos serão sepultados
Sobre eles cairão
As torres de ferro e de triunfo.
Um novo poema em gritos de luz e de força
Surgirá das profundidades do vasto areal
Haverá mais trabalho e felicidade
Em nova fase de visões e fatalidades.
Eu como poeta
Dono da fantasia e da realidade
Dono de tudo sem querer nada
Em novos Cânticos sociais e humanos
Cantarei humanamente
A minha terra e o meu petróleo.
(de Areal, Colecção Imbondeiro, 1961)
POEMS FROM THE PORTUGUESE
Há 2 horas
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