26.7.09

JOSÉ DO CARMO FRANCISCO

Balada de Holloway Hill



Isabel leva um sorriso
A enfrentar a paisagem
Porque sorrir é preciso
Na duração da viagem
É de novo pequenina
Neste dia a decorrer
Na voz, mulher-menina
No B.I., menina-mulher
Tem no cristal da voz
Luz que vem do litoral
Quando os laços e os nós
São o som de Portugal
No menino que nasceu
Uma teimosa alegria
Na avó que está no céu
Há memória e nostalgia
Casa junto a rio pequeno
Em tempos era a azenha
Lá o tempo era sereno
E o pão cozido a lenha

Naquela casa gigante
Os moinhos de brincar
O dia era um instante
Nos relógios do lugar
E naquela loja antiga
Tecidos e mercearia
O correio era cantiga
Nas cartas da alegria
Se a chuva tão teimosa
Chega no pó da estrada
A balada traz uma rosa
Numa canção encantada
Na parede do calendário
O poema é uma certeza
No dia do aniversário
Deixo os votos na mesa
São votos de felicidade
Na distância dum país
Há passeios de saudade
No caminho de ser feliz

(inédito - oferta do Autor)

1 comentário:

maría nefeli disse...

O meu amigo José do Carmo falou-me do teu blogue que agora posso ler com muito gosto. É muito interessante.
Parabéns pelo prémio. Tenho vontade de ler o livro depois das palavras do Zé e vou fazê-lo.
Cumprimentos