CARLOS BESSA
o desemprego à janela numa ilha
Um silêncio d'alma nós à janela
Uma janela sobre Angra
Com o seu casario maioritariamente branco.
À janela o território, pão e vigilância
Advém moldura onde se fecha a memória
Com a luz coada de uma folhagem que
Até ao mar cai em íngremes socalcos.
Uma espuma negra e industrial
De restos e contentores
Cheios de gatos vagarosos e cães que rangem
Ao sol, ao tanto sol do pátio da alfândega
Onde, com o salário por um fio
Andam homens e mulheres à deriva
Enquanto nós, sopa pão sumo de laranja
Sorrimos, sorrimos.
(de Em Trânsito, &etc, 2003)
Luzes
Há 7 horas
3 comentários:
Olá Rui! Andei a passear nesta tua rua onde distribuis poesia e vou continuar o passeio porque estou a gostar.
Um abraço.
e tantas vezes sorrimos para não chorar!
vim aqui pela mão da graça pires.
um abraço
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