RUY BELO, entrevistado por MARIA TERESA HORTA
— Acha que a poesia não pode, ou
melhor, não deve ser ambígua, difícil, mas sim clara, fácil?
A poesia é por natureza difícil.
Como o futebol. Desculpe a alusão. Mas não é descabida. Porque é que eu leio
muito jornais desportivos? Porque os nossos maiores jornalistas são Alfredo
Farinha, Carlos Pinhão, Aurélio Márcio ... Este último fez uma reportagem
notável no Popular sobre o último Campeonato do Mundo de futebol. A anotar muito bem o concreto, o
pormenor, como o melhor Hemingway. E Fernando Pessoa nunca será conhecido por
tanta gente como Eusébio. E acho bem. O êxito.
(in «A Capital», de 18 de
Setembro de 1968, e reproduzido em Na senda da Poesia, 1969)
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