7.9.03

[gosto muito de inventários XIII]

VINDEIRINHO

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os fragmentos da inquietação, facas, copos de corpos de
iogurt vazios que se estão a deitar no caixote do

lixo
de vinho, de vidro, também

vazias, novos materiais, uma praia de mensagens nas
garrafas, sacos
do lixo, vem a

mulher a dias de negro, beatas de cigarros pautadas pelo ritmo
das
mesas e dos cinzeiros.

o frio da ausência de person
agens em espaços cansados cheios de sono. o sofá e a sala des
arrumada. quem

o fumo da substância alquímica, o oiro velhíssimo. a carne
deixada há uma semana
no tacho. frases inacabadas há qto tempo não nos víamos.
cocktail
molotof de convidados. vermelho, azul, amarelo, branco este o de
um silêncio frio e sanguinário de uma pedra de mármore
talhada

depois da morte da festa. uma borboleta que vinda da
janela entra pela casa a dentro

a manhã que tem dificuldade em se levantar na orquídea
do
vaso,
uma luz que entra pelas persianas desta igreja no centro da c
idade antiga
embriagada de talha doirada e de barcos afund

ando

fragmentos de deus e alimentos genéticos nos centros comerci
ais, fra
gmentos de deus na sala de
pois da

morte da festa na arquitectura do
espaço

(de DOMÉSTICOS, Black Sun editores, 2001 - the impossible papers)

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