29.1.04

NORONHA DA COSTA

O meu trabalho paciente, pior ou melhor, não tem sido senão e só esse: uma tentativa de peneiramento da imagem, um decantamento dentro do meu encanto da imagem, até porventura poder aproximar-me, com maior ou menor felicidade daquilo que João Sousa Monteiro [...] chamará a «solidão absoluta da imagem». Talvez, se isto tiver alguma consistência, e se se entender que o pensar-se da imagem é ainda a forma última do pensar, entendido ocidentalmente como ver (ter à nossa frente), então, talvez a fuga em frente não seja a única possível, e que as fugas laterais, que nos não levam felizmente a nada, também ainda tenham (ou devam ter) o direito de existir.

(excerto de um texto incluído em Noronha da Costa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1982 - série catálogos)

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