GREGÓRIO DE MATTOS
«Descreve a confusão do festejo do entrudo»
Filhós, fatias, sonhos, mal-assadas,
Galinhas, porco, vaca, e mais carneiro,
Os perus em poder do Pasteleiro,
Esguichar, deitar pulhas, laranjadas.
Enfarinhar, pôr rabos, dar risadas,
Gastar para comer muito dinheiro,
Não ter mãos a medir o Taverneiro,
Com réstias de cebolas dar pancadas.
Das janelas com tanhos dar nas gentes,
A buzina tanger, quebrar panelas,
Querer em um só dia comer tudo.
Não perdoar arroz, nem cuzcuz quente,
Despejar pratos, e alimpar tijelas,
Estas as festas são do Santo Entrudo.
(in Se Souberas Falar Também Falaras - Antologia Poética, organização de Gilberto Mendonça Teles, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1989)
Cinza, Rosa Oliveira, Tinta da China
Há 29 minutos
2 comentários:
Cheguei aqui através de um comentário deixado no meu blog por um anónimo que deixou um endereço: http://bde.weblog.com.pt/arquivo/121430.html
segui o caminho e aqui estou... gostando!
Um abraço e bom fim de semana :)
Por lapso, referi que o linke tinha sido deixado no Menina marota, quando efectivamente foi no Poesias...
As minhas desculpas pelo lapso.
Um abraço ;)
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