28.2.06

GREGÓRIO DE MATTOS

«Descreve a confusão do festejo do entrudo»


Filhós, fatias, sonhos, mal-assadas,
Galinhas, porco, vaca, e mais carneiro,
Os perus em poder do Pasteleiro,
Esguichar, deitar pulhas, laranjadas.

Enfarinhar, pôr rabos, dar risadas,
Gastar para comer muito dinheiro,
Não ter mãos a medir o Taverneiro,
Com réstias de cebolas dar pancadas.

Das janelas com tanhos dar nas gentes,
A buzina tanger, quebrar panelas,
Querer em um só dia comer tudo.

Não perdoar arroz, nem cuzcuz quente,
Despejar pratos, e alimpar tijelas,
Estas as festas são do Santo Entrudo.

(in Se Souberas Falar Também Falaras - Antologia Poética, organização de Gilberto Mendonça Teles, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1989)

2 comentários:

Menina Marota disse...

Cheguei aqui através de um comentário deixado no meu blog por um anónimo que deixou um endereço: http://bde.weblog.com.pt/arquivo/121430.html

segui o caminho e aqui estou... gostando!

Um abraço e bom fim de semana :)

Poesia Portuguesa disse...

Por lapso, referi que o linke tinha sido deixado no Menina marota, quando efectivamente foi no Poesias...

As minhas desculpas pelo lapso.

Um abraço ;)