31.3.06

CARLOS BESSA

palavras de um portfólio


Do lado esquerdo e à janela, por favor.
Dois adultos, um bebé e uma criança.
O número de passageiros frequente é...
Vamos ao bar tomar qualquer coisa?

Subir ao número certo, depositar
a bagagem de mão e apertar cada
cinto com um sorriso. Sim, isto não é poesia,
não é senão rotina, sem metro, sem rima.

Algumas horas mais tarde, de novo no solo,
o sorriso é outro e atrapalhados com as
malas o táxi leva-os a novo destino
onde se bebe e fala com a emoção

de um capítulo de que há muito se adivinha
o epilogo, embora isto também não seja ciência.

(de Em partes iguais, Assírio & Alvim, 2004)

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