JOSÉ DO CARMO FRANCISCO
QUINTO OLHAR
Olha o vidro - vê só uma sombra
automóveis e peões na rua, a luz,
a reflexão dos sonhos no azul.
Não se levanta - fica logo presa
e prende numa esfera (talvez) azul
o peso da voz que não a revela.
Não revela nem persegue - só vê
permanece no registo (nada mais)
o sufocado desenho da palavra.
Quem reparar bem não lhe fixa nada
- perde todo o tempo no olhar
e enche a tarde com a sua imagem.
(de poemas do olhar, in 1983 um resumo, jornal "O Mirante", 1991)
POEMS FROM THE PORTUGUESE
Há 2 horas
1 comentário:
amigo
a edição de 1983 um resumo não é do autor, mas do Jornal o Mirante, da Chamusca
Enviar um comentário