MÁRIO GARCIA, S. J.
Hino das Matinas do Natal
Traz
a sentinela,
à raiz do vento,
a gruta.
A ave, a neve,
dilata a madrugada.
A luz
difunde
a palma.
O odor do pinheiro
entra na água,
impregna o ar.
Dentro da nuvem, a pomba.
O ovo da criação,
a semente,
nasce.
O fogo
clama
o coração.
A nova eternidade
começa no poema,
por um sinal de amor.
Hino das Segundas Vésperas de Natal
Menino
quase sozinho
no seio da Virgem Mãe,
dá-me
teu sorriso
palhinha do nada.
Traz
numa carícia agora
o luar,
a mão divina
sentinela luz
da noite.
Para ti
nossa canção
se evola,
nostálgica palavra
lentamente sendo
vida.
Flor de cinza
o nosso coração
alado,
ao teu presépio
na raiz do vento
voa.
Deus
à madrugada
leva o berço,
silêncio
em que se aninha o dia.
Estrela do céu
a lágrima do mundo
abrasa em nós,
mar
do infinito
amor.
(de Roma, Vieira, Veneza, Autores de Braga, 1998)
POEMS FROM THE PORTUGUESE
Há 1 hora
1 comentário:
o meu padre :)
*
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