JOSÉ ÁLVARO AFONSO
A janela ilumina o deserto
Procura de outras margens
Limite adivinhado das águas
Corrente cativa as palavras
Soam como vidros quebrando-se
A pele hirta por há muito as esperar
Água escrevo como escrevi paz
Como de novo o medo
Exorcismo – convocar as luzes
As navegações de vidas só além
– Perplexo repito: Onde está a nudez
Dos sentidos impossíveis de trocar?
O sol brilha
Até amanhã
Chamo-te silêncio sem poesia
Como quem lavra a terra e
Constrói noite dentro a casa do gado
(de Furtiva a Luz, edições Salamandra, 1999 – colecção Garajau)
12.7.09
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