EGITO GONÇALVES
Que resgato com o poema?
Que amálgama de sóis, sangue,
domínio de cinzas recupero?
Que aniquilo com o poema?
Que sobe em mim ao grito da distância,
ao apelo telefónico dum estribilho,
à gasta, espira dum disco de adeleiro?
Que compro com o poema?
A força de enfrentar a solidão
que ignorava? O desfrute
de abandonar o abismo que me extraiu
o sumo?
Que poema cavalgo?,
ou sento-me no chão?
(de O Fósforo na Palha, publicações Dom Quixote, 1970 – cadernos de poesia)
Já faltou mais.
Há 2 horas
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