JOSÉ ALBERTO OLIVEIRA
OS OBJECTOS NO LUGAR
Há por sorte um espelho que parece
mentir, sem questionar, em cada novo dia.
O teu problema não é apenas acordar, são as dores
nas costas e a devolução da ameaça
de uma barba mal escanhoada. Foi outra noite
nem muito ingrata. Os objectos estavam
no lugar, a sombra do teu passado
nem muito perseguida pelos maus hábitos
e a nostalgia das ocasiões perdidas;
o mal que te fizeram mensageiros ímpios,
notícias desatadas, viagens que soçobraram
nos alivanhos, o ruído assustador de quem quer
viver. Uma fadiga que te corta o lábio,
onde o sabor do sangue se insinua
e entre destroços e a boca aberta de afogados,
o rei em Agelaos ordena que
escrevam o teu nome e o do teu pai
e o do local onde nasceste.
(de O que Vai Acontecer?, Assírio & Alvim, 1997)
OS OBJECTOS NO LUGAR
Há por sorte um espelho que parece
mentir, sem questionar, em cada novo dia.
O teu problema não é apenas acordar, são as dores
nas costas e a devolução da ameaça
de uma barba mal escanhoada. Foi outra noite
nem muito ingrata. Os objectos estavam
no lugar, a sombra do teu passado
nem muito perseguida pelos maus hábitos
e a nostalgia das ocasiões perdidas;
o mal que te fizeram mensageiros ímpios,
notícias desatadas, viagens que soçobraram
nos alivanhos, o ruído assustador de quem quer
viver. Uma fadiga que te corta o lábio,
onde o sabor do sangue se insinua
e entre destroços e a boca aberta de afogados,
o rei em Agelaos ordena que
escrevam o teu nome e o do teu pai
e o do local onde nasceste.
(de O que Vai Acontecer?, Assírio & Alvim, 1997)
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