A esse monstro moderno chama-lhe a filosofia absurdo - embora o mundo persista em chamar-lhe opinião pública.
E é este o vulto escuro que interpõe sempre a sua forma confusa entre a verdade e os homens. É a maldição das sociedades democráticas, a contradição das forças colectivas, a sua verdade.
Lança mil vozes discordantes numa mesma hora a sua boca, que se chama imprensa. E como é um deus monstruoso os seus sacerdotes são disformes e grotescos, são bonzos e não apóstolos; e o mundo que lhes obedece não pode todavia reprimir um sorriso de escárnio ao ver passar a falange sagrada dos jornalistas!
(ANTERO DE QUENTAL, citado por António José Saraiva in Colóquio Letras, n.º 103 - Maio-Junho de 1988)
27.7.03
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário