[dois poemas de amor (!!) a propósito do que se diz hoje no RAE]
RÁDIO MACAU
logo se vê
(letra de Vitinha)
Piscar de olho
ao Alexandre O'Neill
"o amor é o amor e depois!".
O resto porém não tem nada
a ver, ele que me desculpe
de lá onde estiver.
O amor é o amor. E então??
Deixa-o ser o que é,
ou então deixa-o da mão.
E o resto logo se vê,
mais logo.
Pouca fé. É a fé que temos.
E então?
Deixa-a ser o que é, ou então
deixa-a da mão.
E o resto logo se vê,
mais logo.
Almas gémeas não conheço.
Sei é de almas siamesas,
que de ser tão iguais são
só meias e presas.
E então faço uma cedência
ao cansaço. E então passo.
Mais logo se vê.
Deixa ser o amor como ele for.
deixa ser a fé como ela é.
Mais logo se vê.
(do álbum A Marca Amarela, BMG, 1992 - creio que só existe ainda em vinil)
ALEXANDRE O'NEILL
O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...
O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos - somos um? Somos dois? -
espírito e calor!
O amor é o amor - e depois?!
(de Abandono Vigiado, 1960)
Sobre Guerra e Paz, de Lev Tolstoi
Há 2 horas
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