4.9.03

PLUTARCO

Nasceu no ano 45, em Queroneia, perto de Tebas.
Foi aluno da Academia de Atenas e fez várias viagens pela Ásia, pelo Egipto e pela península itálica. Exerceu funções cívicas e religiosas de relevância e tinha direito de cidadania em Atenas, Delfos e Roma, além da sua cidade natal.
A tradição atribui-lhe cerca de 200 obras, tendo chegado aos nossos dias cerca de 120, entre biografias e outros escritos diversos.
Morreu por volta de 125, tendo-lhe sido feitas numerosas homenagens póstumas.



A princípio [Sólon] dedicou-se à poesia por divertimento, para deleitar os seus ócios, sem nunca tratar assuntos sérios. Mais tarde, pôs em verso máximas filosóficas e introduziu, nos poemas, diversas coisas relativas à sua administração política, não para as historiar e conservar delas recordação, mas para fazer a apologia da sua conduta. Fazia também neles exortações, dava conselhos aos atenienses e algumas vezes até lhes dirigia ásperas censuras. Diz-se ainda que tentou pôr as suas leis em verso e cita-se o começo:

Possam, pelo favor do deus supremo,
Estas leis gozar sempre o melhor êxito!


A exemplo dos sábios do seu tempo, cultivou principalmente a parte da moral que trata da política. Em física apenas tinha conhecimentos muito superficiais, como se vê por estes versos:

A neve fecundante e o granizo homicida
Formam-se nas nuvens, e o raio fulminante
Brota do relâmpago: os ventos impetuosos
Agitam nos oceanos as revoltas ondas;
Se não fosse o brinquedo dum sopro terrível,
O mar dos elementos seria mais calmo.


Em geral, foi Tales, de todos os sábios, o único que levou a teoria das ciências além das coisas habituais; todos os outros deveram a sua reputação de sabedoria apenas aos seus conhecimentos políticos.

(de Sólon, Legislador de Atenas, tradução de Lobo Vilela, editorial Inquérito, 1938)
[Sólon foi aristocrata, poeta e estadista ateniense, viveu nos séculos VII e VI a. C., possivelmente entre 640 e 558. Segundo a tradição, foi um dos Sete Sábios da Grécia, tendo feito grandes viagens e exercido diversos cargos cívicos]

Sem comentários: