JOSÉ AGOSTINHO BAPTISTA
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noite.
sobre as pedras quase brancas, mármores do sul
talvez,
jazem os cordeiros de maio,
algures, mais longe,
nos montes de Putney e Vilna, agora floridos,
ocres e sem fim, como nunca.
aí se demorou jeremias
apenas o tempo do sacrifício,
tempo certo, tempo inútil,
... tempo... tempo... tempo...
receberam-no as ruas estreitas,
sob a transparência das pedras outrora brancas na
estação oriental
onde se abrigam os vagabundos dos estios propícios,
sobreviventes de atlântida e sodoma.
essa foi um dia a região das chuvas escassas, dos
velhos cedros e dos viajantes de outras eras,
de perto sentida pela loucura de jeremias,
o primeiro cantor;
eis uma vez mais, a última,
eis Putney e Vilna entre as muralhas e o castelo e o vale adormecido,
e, algures, mais longe,
as cabanas ao lado do cais;
ei-lo ainda,
jeremias que passa sob a morada das pedras
outrora brancas,
talvez mármores do sul,
onde se escondem a memória do ritual e os cânticos do ritual,
ei-lo ainda,
jeremias que enlouquece à sombra da breve
cerejeira.
(de jeremias o louco, Centelha, 1978)
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Há 45 minutos
1 comentário:
... lindíssimos.
(roubei-lhe um poema de alberto de lacerda. espero que não se importe. pois que a poesia quando sai à rua é de todos. não é? :)
parabéns pelo blog.
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