5.1.09

[em face dos últimos acontecimentos]

SALIM AL-ZURKALI


PALESTINA


À tua lembrança como se aperta o teu coração!
Como ao som dessa lembrança a tua poesia flui!
Madrassas, hoje submetidas ao silêncio,
Têm a secreta eloquência que cobre de sangue as tribunas.
Elas voltam-se para o seu tempo passado
Em que o poder do seu ensino se espalhava pelo Mundo.

Tão pesada é a nostalgia que corrói o coração das pedras,
Tão triste que consome o espírito no coração do homem.

Madrassas, antigos paraísos,
De ribeiras fecundas e sonoras:
A vida fluía doce por entre as suas sombras,
Mil cores enfeitiçavam o nosso olhar na luz das palavras.

Árabes! Já caminhámos tempo de mais na obscuridade.
Vieram os invasores e devastaram a nossa terra!
Pacíficos, sim, nós éramos pacíficos.
Mas, agora, meus irmãos, despertemos
E esforcemo-nos por manter, com firmeza,
As nossas promessas na fé islâmica!

Contra o agressor,
Vomita, vulcão, vomita a tua cólera,
Porque, ó Palestina, pérola das nossas glórias,
Múltipla coroa em símbolo de dignidade,
O teu Evangelho anuncia a paz
E o teu Alcorão a justiça eterna.

(versão de M. A. R. B., in O Selo – Revista de Cultura Islâmica e Universal / nº 1, 1993)

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