ANTÓNIO DACOSTA
VARANDA da minha infância
Cidade feliz
De teus ócios merecidos
Chegou o fim amargo
Do meu último olhar
Vejo enfim as calmas areias quentes
Os fetos das fontes que o tempo secou
O fundo poço que sou e é velho e é triste
Nada muda o destino deste parado barco
O mar dorme em paz e sossego
A terra mostra ao sol os seios preguiçosos
As mulheres espreitam arrepiadas às janelas
Do caminho sobem ao céu súbitas nuvens de poeira
Tudo é divino à luz dourada dourado
Só eu sou levado de mim e me perco
(in A Cal dos Muros, selecção e apresentação de Bernardo Pinto de Almeida, Assírio & Alvim, 1994 – Peninsulares / Literatura)
Luzes
Há 12 horas
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