JOSÉ ÁLVARO AFONSO
O sol das férias desfaz sem remédio
Os ramos da estreia deixados na gaveta
No labirinto das hipóteses vãs
Insistem dolentes melodias roucas
Presentes por abrir abandonados nus
Já tardia a sombra desce sobre a nuca
Repete para dentro o que estava longe
Vislumbrada a fugitiva ausência
– Sede de mel a mel semelhante
Prisão de asas em desalinho –
Vai descontar à perfeição o inconsútil
Tolerar gladíolos e o primeiro frio
(de Furtiva a Luz, edições Salamandra, 1999 – colecção Garajau)
Luzes
Há 13 horas
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