IVONE CHINITA
POEMA TREMENDO
do tremendo poema que já fiz
ou antes do tremendo poema ficaram
gestos poucos diluídos
no ar pesado para respirar
como cinzenta era a ilha
e tremenda a solidão dos passos
deslocados sob os pés de
marinhante
a tristeza da criança
sentada ao meu lado
ocultando as nódoas da blusa
a roupa inevitável pendurada
nas cordas
a dor nas costas da mãe
lavando uma vida toda
lavando uma vida toda
mas tremenda, tremenda mesmo
é esta tarde parada
em que não temos coragem
de soprar no vento
(de Outra versão da casa, edições Base, 1980)
põe lá um aviso na porta da internet
Há 19 minutos
1 comentário:
Rui,
tens email...
Escuto.
Aquele Abraço
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