IVONE CHINITA
POEMA TREMENDO
do tremendo poema que já fiz
ou antes do tremendo poema ficaram
gestos poucos diluídos
no ar pesado para respirar
como cinzenta era a ilha
e tremenda a solidão dos passos
deslocados sob os pés de
marinhante
a tristeza da criança
sentada ao meu lado
ocultando as nódoas da blusa
a roupa inevitável pendurada
nas cordas
a dor nas costas da mãe
lavando uma vida toda
lavando uma vida toda
mas tremenda, tremenda mesmo
é esta tarde parada
em que não temos coragem
de soprar no vento
(de Outra versão da casa, edições Base, 1980)
Luzes
Há 13 horas
1 comentário:
Rui,
tens email...
Escuto.
Aquele Abraço
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