ALBERTO DE LACERDA
Trabalharei não longe
Das superfícies ásperas
Densas generosas
Dedicarei meus dias
Aos dias e às noites
Presentes a quem vive
Nas ruas e nos astros
Sem divisões sinistras
Voltarei sem querer
Aos lugares sagrados
Descansarei imenso
(Entre guerreiro e lâmina
Serei folha à deriva
Livre e indivisa)
Trabalharei nos sons
Na bainha
Do cereal doirado
Trabalharei (a cabeça
Em repouso absoluto
Sobre a tua mão)
Trabalharei no silêncio
Que conduz ao passado
Evitarei
(Se possível)
Certas palavras
Serei o muro
O sol bate de chapa
No meu rosto
A sombra que vem depois de sol
É habitada
É uma sombra feliz
A sombra que sucede à luz mui forte
É grávida de cor afirmativa
Estabiliza os caudais
Da imaginação
Pinta seus recantos obscuros
Reconcilia tudo
(primeiros poemas de Meio-Dia, Assírio & Alvim, 1986)
Trabalharei não longe
Das superfícies ásperas
Densas generosas
Dedicarei meus dias
Aos dias e às noites
Presentes a quem vive
Nas ruas e nos astros
Sem divisões sinistras
Voltarei sem querer
Aos lugares sagrados
Descansarei imenso
(Entre guerreiro e lâmina
Serei folha à deriva
Livre e indivisa)
Austin
15 de Maio 75
A David Wevill
Trabalharei nos sons
Na bainha
Do cereal doirado
Trabalharei (a cabeça
Em repouso absoluto
Sobre a tua mão)
Trabalharei no silêncio
Que conduz ao passado
Evitarei
(Se possível)
Certas palavras
Serei o muro
O sol bate de chapa
No meu rosto
Austin
15 de Maio 75
A sombra que vem depois de sol
É habitada
É uma sombra feliz
A sombra que sucede à luz mui forte
É grávida de cor afirmativa
Estabiliza os caudais
Da imaginação
Pinta seus recantos obscuros
Reconcilia tudo
Austin
15 de Maio 75
(primeiros poemas de Meio-Dia, Assírio & Alvim, 1986)
Sem comentários:
Enviar um comentário