Faz hoje oito dias, publiquei aqui uma tentativa de tradução de um poema de Cummings.
Este fabuloso poeta é considerado por muitos como intraduzível e quem o lê no original fica exactamente com a sensação de que aquilo tudo só é possível na língua inglesa. E por isso mesmo, creio eu, se sente tanto a vontade de o traduzir.
Inesperadamente, durante a semana, chegaram-me duas novas propostas (ou melhor: contributos) para uma tradução deste poema: da Márcia Maia e da Sandra Costa, sem uma saber da outra.
Parece-me que é isto que é o prazer de ter um blog.
(a da Márcia:)
acima no silêncio do silêncio
verde com uma terra branca dentro
tu(beijar-me)irás
lá fora na manhã na manhã tão
nova com o mundo quente dentro
(beijar-me)tu irás
por entre a luz do sol a bela luz do
sol com um dia claro dentro
tu irás(beijar-me)
no fundo da tua lembrança
e uma lembrança a lembrança
eu(beijar-me)irei.
(a da Sandra:)
subir ao silêncio esse verde
silêncio com uma terra branca dentro
tu vais(beijar-me)sair
para a manhã essa jovem
manhã com mundo morno dentro
(beijar-me)tu vais
entrar na luz do sol essa bela
luz do sol com um dia firme dentro
tu vais(beijar-me
descendo à tua memória e
à memória e memória
de mim)beijar-me(irei)
Já faltou mais.
Há 6 minutos
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