18.2.04

VÍTOR MATOS E SÁ

7


Na terrível importância quotidiana da vida
és a margem inevitável da tua brancura.

Entre teus braços escorre teu corpo,
entre teus olhos que searas rompendo!

Vem - eu te espero no alto de outro riso,
outro nome, outros dedos mais longos,
mais calmos, correntes...

Hei-de amar-te aí, sobre as primaveras e um vento
que amar-te assim desmancharia as rosas.

De nós subirão as estrelas para o céu;
de nós teus olhos fechados hão-de ver-me
regressando por teu corpo como um barco
ou a noite mais antiga e secreta.

(de Horizonte dos Dias, 1952)

Sem comentários: