NUNO MILAGRE
um plástico a voar
um saco de plástico no ar
saco preto que range baixinho
plástico fininho
desses que dão para quase tudo
um saco vazio a voar
inspiro, subo mais alto
plástico à vela
à altura de um nono andar, ou mais
um desses sacos esgaçados
que nada pesam
e dão para quase tudo, até voar
somos plásticos no ar
roçando prédios e árvores
plásticos quase brilhantes
pretos meio transparentes
opacos brilhando do alto
vendo as terras do espaço
ou presos a arame farpado
um plástico a voar no dia feriado
ainda não é tarde, são catorze e trinta
(de Um beijo no meio da crise, edição do Autor, 2009)
POEMS FROM THE PORTUGUESE
Há 2 horas
1 comentário:
tem de se lembrar a célebre cena do sam mendes | american beauty.
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