«amar-te este minuto é ser amado
no papel e na tinta e no que escrevo
–no que oiço me vingo, e no que vejo.
Te crio no poema, e mais te creio
no que palavras dizem devagar,
(...)»
Pedro Tamen, Agora, Estar
AGORA, ESTAR, AINDA
Escrever é secreto demais
para não ser acto de amor.
É as letras a estarem juntas por
sabermos que é assim que as queremos. E
amamos e nos deixamos amar
pelas sílabas dum rosto que é outra
coisa, não papel ou tinta ou mão que escreve.
Será olhos e nariz e boca e
beijos e respiração e olhares,
ditos devagar depois de terem sido
Já faltou mais.
Há 46 minutos
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