10.5.04

JORGE DE SENA

UM EPÍLOGO


Quando estes poemas parecerem velhos,
e for risível a esperança deles:
já foi atraiçoado então o mundo novo,
ansiosamente esperado e conseguido
- e são inevitáveis outros poemas novos,
sinal da nova gravidez da Vida
concebendo, alegre e aflita, mais um mundo novo,
só perfeito e belo aos olhos de seus pais.

e a Vida, prostituta ingénua,
terá, por momentos, olhos maternais.

(de Coroa da Terra, 1946)

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