ANTÓNIO BARAHONA
Nasceu em Lisboa em 1939.
Peregrino, tem estado em muitos lugares.
Dele diz o Pe. Peter Stilwell: «Barahona nasceu poeta, sensível ao mistério das palavras, que saboreia e pesa uma a uma um trabalho de minúcia. A este talento acrescentou ainda um percurso singular. Seguiu caminhos estranhos aos “doutores da lei”. Mas quem sabe se o tempo não provará terem sido bafejados pela acção do Espírito?»
Publica livros de poesia desde 1961.
Fascinação
Este Verão é escaldante, porque o vinho
aquece os olhos, quando te contemplo
a beber, vagarosa, trago a trago,
plo mesmo copo fino onde te bebo:
a ti e ao teu segredo tão tremendo
que tremo d’escondê-lo de mim próprio,
com medo de ser outro o meu destino
que não seja morrer porque te amo
Mas de nada estou certo, nem do Verão
de súbito gelado à flor do fogo,
se te toco, ao de leve, só num dedo,
ao me passares o teu cigarro húmido
No filtro, os teus lábios é que eu mordo
e aspiro, boca a boca, o som do fumo
Lx., 5.VIII.90
(de UM LIVRO ABERTO DIANTE DE UM ESPELHO, 1991 – incluído em NOITE DO MEU INVERNO, 2001)
Ladainha dos póstumos Natais
Há 1 hora
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