22.6.03

JUAN RAMÓN JIMÉNEZ
Nasceu a 23 de Dezembro de 1881 numa pequena aldeia da Andaluzia, em Espanha.
Foi-lhe concedido o Prémio Nobel em 1956.
Morreu em Porto Rico em 1958.

Bosque mio de olmos com la nieve

Los brazos de los doce olmos desnudos,
mis olmos, mis amigos naturales,
me abrazan, negros, blancos. Nieva.
¡Y qué abrazo
de bosque ele de estos doce olmos,
en este olmo primero, junto a mi!

¡La melodía, blanca, negra, en negro blanco abrazo;
frío y cálido abrazo,
como el del perro, el animal que viene vaheando;
el blanco y negro estar a gusto aquí
desnudo, aunque vestido;
la unidad de lo blanco con lo negro solos,
dos negros con dos blancos;
la eternidad desnuda blanca, negra;
bosque mío de olmos con la nieve!

Y al fin, levanto más mis brazos y los abro
y me abrazo a los olmos en el olmo,
en su total desnudas blancas negras;
esta vibrante y armoniosa sinfonía
de ramas en enlace sucesivo;
bosque echo abrazo con la nieve;
y me cierro con él, en un abrazo inmenso,
desnudo de blancura y de negrura,
un bosque natural de ser e ser
en un abrazo natural de amor,
con mi ser natural desnudo de árbol hombre.

*

Meu bosque de olmos com a neve

Os braços dos doze olmos despidos,
meus olmos meus amigos naturais,
abraçam-me negros, brancos. Neva.
E que abraço
de bosque, o destes doze olmos,
neste primeiro olmo, junto a mim!

A melodia branca , negra, num negro branco abraço;
frio e caloroso abraço,
como o do cão, o animal que se vai evaporando;
o branco e negro estar com gosto aqui
despido, porém vestido;
a unidade do branco com o negro apenas,
dois negros com dois brancos;
a eternidade despida branca, negra;
meu bosque de olmos com a neve!

E por fim, levanto mais os meus braços e abro-os
e abraço-me aos olmos neste olmo,
no seu todo de ramos despidos brancos e negros
esta vibrante e harmoniosa sinfonia
de ramos em união sucessiva;
bosque feito abraço com a neve;
e fecho-me com ele, num abraço imenso,
despido de brancura e de negrura,
um bosque natural de ser e ser
num abraço natural de amor,
com o meu ser natural despido de árvore-homem

(tradução minha)

Sem comentários: