POETAS ESCANDINAVOS (II)
PENTTI SAARIKOSKI
Nasceu em 1937, na cidade Filandesa de Impilahti.
Estudou Literatura e Grego na Universidade de Helsínquia, mas não chegou a receber nenhum grau académico.
Começou a publicar em 1958 e manteve durante dois anos uma coluna num jornal conservador, sob o pseudónimo Nemä, com o qual ganhou notoriedade pelos seus textos satíricos.
Considerado como uma das figuras centrais da poesia finlandesa das décadas de 60 e 70, foi também um brilhante tradutor.
De personalidade inconstante, viajou muito, aderiu ao partido comunista, casou quatro vezes. Interessou-se pela vida dos primeiros cristãos, chegando mesmo a traduzir o Evangelho de Mateus.
Alguém afirmou que ele era “um Rilke com sentido de humor”.
Morreu de cirrose hepática em Agosto de 1983. O seu túmulo, no mosteiro Ortodoxo de Valano em Heinävesi é local de afluência dos seus leitores.
Nämä runot on kirjoitettu hänelle
hänen silmiensä alla.
Estes poemas foram escritos para ela
e diante dos seus olhos
(de En soisi sen päättyvän, 1968 - tradução minha a partir de uma versão inglesa)
A vida é dada ao homem
para que ele considere com cuidado
a situação em que há de morrer,
os céus cinzentos passam,
o céu é um jardim suspenso
e a terra vai à boca como o pão.
(de Runot ja Hipponaksin runot, 1959- tradução minha a partir de uma versão inglesa)
O Cavalo do Louco
Comprei um cavalo a um louco.
Tinha-o desenhado ele mesmo
e era de resto um cavalo perfeitamente vulgar
excepto os olhos que ficavam nas ventas.
Tinha-o feito assim
de propósito: para as pessoas estarem bem certas
da sua loucura
e comprarem melhor.
Eu comprei.
Pensei no cavalo: ele ficaria no pinhal
à tarde quando o sangue corre das orelhas do sol.
(in Babel - Fascículos de Poesia, 1 - Outubro de 1986 - tradução de Egito Gonçalves)
19.7.03
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